O aborto retido, não aniquilou a promessa de ter um filho em meus braços e nem destruiu a minha esperança de vê essa promessa se cumprindo em minha vida! Mesmo sem saber quais serão os meus próximos passos e mesmo tendo que lutar contras os meus próprios medos desistir da maternidade não é uma opção para mim.
O futuro incerto a que me reportei na publicação anterior diz respeito exclusivamente aos caminhos que ainda terei que trilhar até embalar em meus braços o filho que gerei em meu coração em fevereiro de 2009, mas não tenho dúvida alguma de que esse dia vai chegar.
Ainda dói saber que meu bebezinho partiu, mas isso não me privou de sorrir com os beijos e abraços do marido maravilhoso que tenho, com o sorriso dos meus alunos todas as manhãs, com alegria contagiante com que cantam comigo as cantigas de roda no pátio da escola, com os seus olhinhos brilhantes enquanto lhes conto ou leio uma história... e com tantas e tantas outras coisas que também me fazem sorrir, pois por mais doloroso que tenha sido sair de uma maternidade com fragmentos do meu bebê em dois recipientes bem lá no fundo eu sei que foi o melhor para nós dois!
Ele cumpriu a sua missão aqui na terra. Me fez imensamente feliz por todo o tempo que esteve dentro de mim e talvez a sua morte me traga as respostas que estou buscando para tantas falhas de implantação, mas mesmo que continue sem respostas ele foi a minha cura, pois foi o primeiro bebê que se aninhou em meu ventre e me fez provar o quanto é maravilhoso gestar uma outra vida... sinto que ele abriu as portas para que outros bebês também se aninhem em mim! Antes, porém preciso me livrar de todos os meus medos, mas de uma coisa estou certa aquele que começou a boa obra em mim há de concluí-la!
Não sei quando e nem de que forma, mas voltarei a gestar um outro bebê e ele virá para os meus braços com vida e me trará muitas outras alegrias!